Como Possuir um Futebol
“Profissional”, se Ele é feito pelos e para os Amadores.
Normalmente nossos
campeonatos de futebol de base, são realizados por etapas. No primeiro
semestre, acontece o campeonato categoria Sub 13 e no segundo semestre as
categorias Sub 15 e Sub 17. Normalmente são competições disputadas entre 20 e
28 equipes, onde se formam grupos de 6 a 8 equipes, em jogos únicos e
classificando-se os dois ou quatro primeiros, sendo assim, cada equipe joga em
média cinco ou sete jogos. Com isso a durabilidade da competição, para as
equipes que são eliminadas na primeira fase, não chegam a dois meses corridos.
E muitas vezes essas equipes fazem jogos de quinze em quinze dias,
comprometendo a qualidade do nível técnico e também deixando espaços ociosos
para a garotada. Isso sem falar que nessas categorias, os jogos acontecem
somente na cidade de Aracaju, pois muitas “Escolinhas de Futebol” não possuem a
mínima condição de bancar uma participação. Ou seja, o nosso grande e lindo
interior do estado na grande maioria das vezes é renegado pela nossa própria FSF.
Ano passado a Associação Olímpica de Itabaiana, desistiu de participar das
competições de base, organizada pela nossa federação por dois motivos que
podemos afirmar que são completamente coerentes. O primeiro é que os jogos são
realizados em campos que muitas vezes não oferecem a mínima estrutura para a
pratica de futebol, como vestiários, marcação visível das dimensões do campo,
banheiros, entre outros fatores. O segundo motivo é que toda a competição é
realizada na capital, e caso uma equipe interiorana solicite a realização da
partida em seus domínios fica responsável pelo transporte do adversário. Sendo
assim, além de punirmos em média 75% das nossas crianças e adolescentes do
interior que não podem participar por falta de clubes, ainda temos que expor os
nossos filhos e familiares, a condições deploráveis para a pratica do futebol e
das pessoas que gostam de acompanhar.
Porque não copiamos o
modelo de gestão de base da federação paulista, gaúcha ou carioca de futebol.
Vamos então fazer um comparativo entre as competições de base do futebol
paulista. Nos últimos dias 25 e 26/03, aconteceu em São Paulo um seminário para
se discutir um calendário para o futebol brasileiro e o Técnico Eduardo Barros
sugeriu que fosse realizado um evento deste nível para as categorias de base do
estado de São Paulo, local onde já se possui o maior e melhor campeonato de
base do Brasil, com o único pensamente de aprimorar ainda mais as competições
de base paulista e oferecer um calendário onde às crianças e adolescentes
possam passar mais tempo em disputa. E aqui agradeço a ideia e vou usá-la com vocês
para debatermos o nosso pobre futebol sergipano.
Primeiramente a
Federação Paulista de Futebol além das categorias já citadas anteriormente, ainda
inclui o Sub 11 e a B1(espécie de Sub 23). O campeonato paulista sub 11/13
ficou dividido em 6 regiões/grupos de 6 equipes e o Sub 15/17 chegou a “impressionante”
marca de 10 regiões/grupos com 8 clubes cada. E não para por aí, no sub 15/17
além de cada clube jogar 14 jogos, sendo 7 em casa e 7 fora, ainda se
classificam 32 agremiações, chegando a
um percentual de 40% do total de equipes classificadas. Só em sua primeira fase
serão quase 4 meses de competição. Outro fator é que eles não dividem as
competições por semestre, eles acontecem quase de forma simultânea existindo aí
um intervalo de no Maximo dois meses entre todas as categorias. Como podemos
perceber, em São Paulo as Categorias de Base são tratadas com dignidade e
respeito com aqueles que serão o futuro do nosso futebol. Na terra da garoa o
futebol é feito para todos os paulistas, seja da grande São Paulo, como de todo
o interior. Lá não se pune os menos afortunados mais oferecem oportunidades. Lá
a competição é feita para engrandecer o futebol paulista, e as ligas que fiquem
responsáveis pelos campeonatos de escolinhas. Ou você oferece um mínimo de
estrutura ao atleta, ou não participa. Os clubes que busquem parcerias com a
iniciativa privada ou aos órgãos públicos para poder bancar as despesas com a
participação. Não quero aqui, exterminar com as nossas escolinhas de futebol
por não possuírem condições de participar de uma competição em todo o estado.
Mais é IMPOSSÍVEL admitir, que as nossas crianças e adolescentes de todo o
interior do estado de Sergipe, sejam punidas por não morarem em nossa capital.
Até porque isso é uma forma de Preconceito.
Pronto agora você já sabe,
porque o nosso futebol não é profissional, pois a profissionalização começa na “Base”.
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Muito bom o post. Aqui em Alagoas vivemos os mesmos problemas. Isso merece uma discussão mais ampla. Outro fator importante é o isolamento dos nossos atletas, a falta de competições/jogos interestaduais dificulta a maturação das jovens promessas.
ResponderExcluirBom dia Amigo. Essa é apenas a primeira de uma serie de reportagens, onde o único intuito é ajudar a detectar o problema e depois informar ou debatermos as soluções. Quem sabe em breve não possamos realizar um Workshop/Seminário para podermos debater sobre o tema.
ResponderExcluirAbraços e Obrigado pelo comentário.